Nando ZV, recifense de 40 anos, define-se “criativo” no segmento das artes visuais. Graduado em Ed Artística Artes Plásticas pela UFPE em 2008, realizou sua primeira exposição individual em 2005, no Instituto de Arte Contemporânea da UFPE - IAC, sendo um dos artistas selecionados no edital de ocupação.
Nando é multiartista, se expressa através de diversas linguagens, entre elas o desenho a pintura, o muralismo, a ilustração, a gravura, o lambe-lambe, a escultura e também a tatuagem.
Atualmente a inspiração vem de seu processo de autoconhecimento e da sua espiritualidade, e também da verdadeira história de construção do lugar onde vive, através dessa busca procura entender sobre ancestralidade e também sobre questões políticas que lhe atravessam.
O artista mergulha na cultura popular, na fé, nas festas, nos mitos, itãs de orixás, lendas, arquétipos, tarot e todo universo anímico, místico, sagrado e profano, ele come tudo o que puder nutrir. O resultado disso transparece em seu trabalho, em junho de 2021 iniciou uma série de pinturas propondo um abrasileiramento dos santos, ele faz releituras de imagens católicas européias cruzadas com entidades do candomblé e da jurema sagrada.
Em março de 2022 deu início a um projeto de intervenção urbana, o artista vem espalhando esculturas com formato de cabeça de curupira em árvores e postes, mapeando lugares arborizados como parques e praças, e também esculturas em formato de peixe são colocadas em bocas de rio. A ideia é encontrar, encantar e proteger espaços de refúgio, algumas esculturas foram colocadas nas cidades do Recife, Olinda, Aldeia-Pe, Piranhas - AL e Garanhuns - PE
Ainda em 2022, no mês de setembro deu início a uma série de pinturas que pode ser considerado um desdobramento da série dedicada aos santos iniciada em 2021, nesta nova fase Nando propõe retratar através de um realismo fantástico o processo de encantamento do cotidiano, pintando paisagens, cenários e também de seres encantados que são inspirados nas pessoas que cruzam o seu caminho, seja no mercado da rua ou mercado dos sonhos.
Em sua série Anima, iniciada em 2017, Nando constrói uma narrativa pictórica própria, misturando elementos simbólicos trazidos de seu mergulho interior em busca de uma reconexão com o feminino, nessa busca estudou candomblé, umbanda, budismo, xamanismo, psicologia Junguiana, mitologia, Tarot, Hermetismo, e também começou a anotar sonhos. Todo esse universo se aplica nas figuras femininas que ele geralmente pinta. Cada uma carrega uma expressão e reflete um pouco de seu estado interior.
